Wednesday, January 11, 2006

Um magro na magricela

Tenho saudades da minha magricela. Naquele tempo não havia ruim, nenhum lugar era longe, nenhum buraco era inacessível. Era só apontar a roda da frente e pronto! Algum tempo depois nós dois estávamos chegando: eu e minha magricela. E olha que eu não era mais magro do que agora, era mais gordo. Era um gordo numa magricela; pobre magra, aguentava todo peso com galhardia.

Era uma Caloi, uma Barraforte, pneus balão, porque para suportar um gordo e as suas aventuras não podia ser uma bicicleta qualquer, tinha que ter uma certa estirpe. E ela tinha, muita categoria. Não me deixava na mão. Não tinha nada demais, sem marchas ou outros acessórios extras, só o básico, e com o básico bastava, já era demais!

Era amarela, um amarelo clarinho, um canarinho. Foi fiel companheira durante muitos anos. Não terminou os seus anos comigo. Foi roubada a minha bicicleta canarinho. Senti muito a falta dela, claro. Certamente ela foi fazer a alegria de algum outro garoto e, com alguma sorte, pode ter encontrado um parceiro mais magro, se achou, o roubo para ela não foi azar, foi a sorte que montou um magro na magricela.

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